domingo, 24 de maio de 2009

06/04/2009 São Paulo – Erechim, 960 Km (cinco abastecimentos).


Dureza... Ao acordar em Sampa constatei uma chuva forte. Nada mais desagradável do que começar uma viagem com chuva no trânsito infernal de São Paulo.

Coloquei a capa de chuva (pela primeira e última vez em toda a viagem) e encarei quase uma hora de engarrafamentos com a moto equipada com alforjes que aumentam bastante a sua largura e diminuem a agilidade no transito urbano.

Estava muito quente e a capa de chuva dava uma contribuição especial para o aumento do desconforto com o calor.

Felizmente cheguei fácil ao Rodoanel, pois mesmo tendo morado em São Paulo, é fácil se perder naquela megalópole.

A chuva terminou no trecho inicial da Régis Bittencourt sem deixar saudades, aproveitei para abastecer e tirar a capa de chuva.

A Rodovia Régis Bittencourt melhorou muito desde a última vez que passei por lá há mais de quatro anos. Embora não tenha a mesma qualidade de manutenção da Via Dutra, ela é mais “divertida” e bonita, pois há excelentes trechos de curvas que fazem a alegria dos motociclistas, além de belos trechos de reservas florestais próximos à divisa de São Paulo com o Paraná.

O chato em viagens longas é às vezes passar por bons pontos de abastecimentos com o tanque relativamente cheio, mas ter de parar em postos de gasolina ruins por necessidade. Foi o que aconteceu na Regis Bittencourt, pois o trecho que percorreria naquele dia era longo e tive que manter a disciplina em somente parar a cada duzentos quilômetros. Ocorre que próximo a divisa do Paraná os postos são escassos e a moto acabou entrando pela primeira e última vez durante toda a viagem na reserva, deixando-me preocupado, e para piorar, o posto era do outro lado da rodovia, tendo que desviar quase trinta quilômetros somente para abastecer. Naquele posto aproveitei para almoçar e, embora não fosse um restaurante muito convidativo, acabei comendo um PF de “caminhoneiro”. Coisa de macho!

Na periferia de Curitiba parei em um posto de informações para saber onde era o acesso para a Rodovia do Xisto, a rota mais curta para o Rio Grande do Sul. Duas simpáticas curitibanas me auxiliaram e me perguntaram longamente sobre a minha viagem.

A tal Rodovia do Xisto é um lixo. Um trecho de mão simples, cheio de caminhões e obras, possuindo também um trecho privatizado com pedágio caro em uma estrada de quinta categoria de pista simples mal conservada e mal sinalizada.

Em Santa Catarina a rodovia se tornou ainda pior, o asfalto estava em petição de miséria, com o agravante de ter anoitecido e estar cansado por ter rodado até aquele momento mais de setecentos quilômetros.

A rodovia à noite estava vazia sem carros ou ônibus, somente alguns caminhões e eu.

Fazia frio e a divisa do Rio Grande do Sul não chegava nunca.

Já tinha parado algumas vezes para abastecer e também para descansar, pois meu pescoço doía bastante. Sem dúvida naquele dia bateria meu recorde anterior de pilotagem à distância, que fora Curitiba/ Rio de Janeiro acompanhando de outro motociclista, mas desta vez bateria o recorde sozinho.

No Rio Grande do Sul a estrada melhorou um pouco, mas a cidade de Erechim ainda estava longe e somente a alcancei às vinte e três horas.

Erechim é uma típica cidade média do Sul do Brasil, limpa, bem organizada e com um povo educado, logo que cheguei eu me esqueci o endereço e nome do hotel que eu procurava, embora não tivesse feito reserva.

Perguntei para uma senhora em uma calçada e ela me explicou que não muito distante dali estava o Hotel Paiol Grande: o mesmo que eu procurava.

Não tive problema com a falta de reserva e obtive um quarto do tipo que eu procurava sem luxos “adicionais”, um pouco depois consegui uma refeição em uma lanchonete próxima ao hotel.

O Hotel era bom, com um quarto confortável, Internet, Tv a Cabo etc.

O jovem funcionário que levou minha bagagem para o quarto ficou maravilhado com a minha viagem, disse que compraria uma moto e faria uma viagem longa como a minha. Achei engraçado e disse-lhe que viagens longas são para motociclistas experientes, era preciso ter calma e ir conhecendo a região próxima aos poucos até adquirir experiência.

Esse trecho fora realmente cansativo, pois havia saído de Sampa às nove horas, contudo, era fundamental completá-lo, pois tinha que chegar em Santiago no dia 10/04/2009 para me encontrar com minha mulher no hotel já reservado em Santiago.

Fui dormir exausto, mas satisfeito em ter mantido o cronograma da viagem.

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