segunda-feira, 25 de maio de 2009

No Sul do Chile.





















































































































































































































































































Resolvido o problema do estacionamento da motocicleta, fizemos o check out no hotel, pegamos nossa volumosa bagagem e seguimos de taxi em direção ao aeroporto internacional de Santiago para pegar nosso vôo para Puerto Montt. Deixei toda a tralha de motociclista dentro do baú e no porta luvas da moto, além dos dois capacetes presos nela.

A Região dos Lagos no Sul do Chile tem um clima muito instável, com muitas chuvas e nevoeiros e, por conta disso, tivemos nosso primeiro contratempo no Chile.

As más condições atmosféricas fizeram com que o vôo fosse cancelado após uma irritante demora, e para piorar, um dos funcionários da companhia tentou nos impedir de seguirmos para o hotel designado pela companhia aérea aos passageiros, alegando que não estávamos fazendo uma “conexão”.

Isso era um absurdo, pois todos ali estavam nas mesmas condições, ou seja, sem um lugar para dormir, exceto, é claro, os passageiros que moravam em Santiago.

Empurrar o risco do tempo ruim para os passageiros é uma sem-vergonhice rasteira, pois quem tem que suportar os riscos da atividade é quem lucra com ela e não o contrário!

Vendo que teríamos problemas com aquele sujeitinho, fomos para outra fila onde havia atendimento para outro grupo de passageiros do mesmo vôo e demos uma de “joão-sem-braço”, ou seja, apenas seguimos o enterro sem saber o nome do defunto e sem dizer uma única palavra, afinal, todos ali seguiriam para o tal hotel no transfer da companhia.

Deu certo, sem novos incidentes fomos hospedados no centro da cidade no luxuoso Crowne Plaza Hotel, contudo, mal tivemos tempo de dormir, pois o vôo estava marcado para as seis horas da manhã, embora tivéssemos chegado ao hotel à meia noite.

Pela manhã, novo atraso no vôo. Só chegamos em Puerto Montt às 11:00 horas.

Puerto Montt é uma cidade sem maiores atrativos e tem algumas características pouco lisonjeiras que são bem conhecidas dos cariocas: assaltos aos turistas.

Ficamos no Hotel O’Grimm, um pequeno hotel próximo ao centro da cidade, antigo e sem garagem, mas com funcionários muito atenciosos.

No próprio hotel, com auxílio do gerente, alugamos um carro e fomos à Puerto Varas, uma pequena e bela cidade às margens do Lago Lhanquihue emuldurado pelo belíssimo Vulcão Osorno. Como não dispúnhamos de muito horas de luz solar, seguimos direto para o Parque Nacional Vicente Pérez Rosales em uma bela estrada; fomos parado pelos Carabineiros que têm fama de serem incorruptíveis e muito rigorosos: diz-se que no Chile, tentar subornar um Carabineiro é prisão em flagrante na certa: um bom exemplo, portanto, para a polícia brasileira.

O Parque Nacional é cortado pelo belo Rio Petrohue, com águas cor de esmeralda resultante do degelo das montanhas. No final da estrada fomos ao Hotel Petrohue: um belíssimo hotel onde se pode contratar diversos serviços turísticos de aventura e é possível fazer uma excelente refeição em um acolhedor restaurante dentro do hotel.

O hotel fica às margens do belíssimo Lago de Todos os Santos com águas transparentes que permitem mergulhos com visibilidade acima de 12 metros em algumas épocas do ano.

No final da tarde seguimos para Frutillar, um lugarejo sem graça, mas que sem dúvida é o melhor lugar para se fotografar o Vulcão Osorno. Decidi me aventurar por uma estrada não pavimentada que passava por algumas fazendas de gado onde conseguimos tirar excelentes fotos do vulcão.

No dia seguinte seguimos para Ilha Chiloé em um serviço turístico contratado. Era baixa temporada e apenas um hilário paraguaio estava conosco na van.

Cruzamos o canal de Chacao em um ferry boat e durante a travessia avistamos dezenas de lobos marinhos procurando alimento, às vezes é possível encontrar orcas que se alimentam, entre outras coisas, dos lobos marinhos!

O dia estava nublado com chuvas esparsas e o guia nos disse que este era o tempo normal durante a maior parte do ano. Infelizmente, não foi possível vermos os pingüins, pois nesta época do ano eles migram para regiões mais austrais.

A Ilha de Chiloé é um lugar importante na História do Chile, foi palco de muitas lutas durante a colonização e foi o último baluarte dos espanhóis naquela região, após a independência do Chile.

A ilha tem sua economia voltada para a pesca e a marinocultura, bem como a produção de batatas.

As cidades são pequenas e humildes. Em Chiloé fizemos a nossa melhor refeição no Chile e por incrível que pareça uma das mais baratas: Nossa sugestão gastronômica aos viajantes é o Restaurante Donde Eládio; onde se come excelentes pratos de frutos do mar, incluindo o famoso curanto.

Em nosso penúltimo dia novamente alugamos um carro e voltamos ao Parque Nacional Vicente Pérez Rosales, para darmos um passeio de barco no Lago de Todos os Santos e almoçarmos no aconchegante restaurante do Hotel Petrohue e, depois, pegarmos a estrada para o cume do Vulcão Osorno.

A estada para o Vulcão Osorno é um espetáculo! Lamentei amargamente por não estar montado em uma moto naquela formidável estrada que nos leva ao cume nevado de um vulcão!

Nunca havia tocado em neve e, infelizmente, não seria desta vez. Há uma estação de esqui no cume do vulcão servida por um teleférico com duas etapas. A última etapa do teleférico estava parada por conta do mau tempo, não sendo possível alcançar o trecho mais alto próximo às neves eternas.

Em nosso último dia, ficamos em Puerto Montt e fomos andar a pé e conhecer o shopping local, pois nosso vôo com tarifa mais econômica somente partiria à noite.

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