segunda-feira, 25 de maio de 2009

29/04/09 São Miguel das Missões – Erechim, 295 Km. (dois abastecimentos).























Pela manhã fui conhecer as impressionantes ruínas da cidade de São Miguel das Missões, que fora a capital do chamado Território das Reduções, habitado pelos Guaranis aculturados e catequizados pelos jesuítas. Trata-se de um Patrimônio da Humanidade visto que o local guarda uma singular história do período colonial da América do Sul.

O local tem uma impressionante presença espiritual, uma vez que foi palco de uma sangrenta batalha com as tropas espanholas e portuguesas no século XVIII. Sou espírita e compreendo que em locais assim, muitos espíritos foram desencarnados de forma violenta e repentina criando um espaço de forte manifestação espírita.

Pela tarde segui caminho em direção à Passo Fundo onde decidiria o novo rumo a tomar. Havia prometido chegar ao Rio no dia 1º de maio, contudo, queria conhecer a Serra do Rio do Rastro e São Joaquim e para isso deveria tomar a direção de Lajes em SC.

A estrada até Passo Fundo possui um trecho privatizado com asfalto em boas condições, contudo, a estrada não é um “tapete” e a moto, em velocidade mais elevada, sacudia como se fosse uma lancha em alto-mar, o que obrigava às vezes a me levantar um pouco sobre o banco para aliviar a pressão no meu “traseiro”.

Porém, um trecho na estrada logo depois de São Miguel estava muito ruim como o asfalto repleto de desníveis, que são uma armadilha mortal para um motociclista menos experiente, pois se a frente de moto passar em tais desníveis de forma não oblíqua é um tombo certo! Além disso, há um longo trecho que de forma inaceitável foi retirado uma camada de asfalto para recapeamento , provocando riscos e danos aos pneus das motos: na verdade nenhum engenheiro pensa em motos quando faz tais obras. É como se ninguém usasse tais veículos...

Esse trecho de estrada no Rio Grande do Sul não chega a ser tão monótono como na Argentina, pois a paisagem é mais bonita e ondulada, mas também possui muitas retas.

Em Passo Fundo parei para almoçar e decidir que direção tomar. Concluí que o percurso em direção a Serra do Rio do Rastro custaria no mínimo dois dias a mais de viagem, sendo certo que chegaria ao Rio apenas no dia 3 de maio.

De modo a evitar uma gritaria doméstica e familiar por conta da angústia de todos com a minha “perigosa” viagem, decidi honrar com meus compromissos e tomei o rumo de Erechim.

Assim, minha viagem de retorno ao Rio repetiu o mesmo percurso que percorri na ida ao Chile.

Cheguei em Erechim por volta das dezoito horas, e hospedei-me no mesmo hotel (Hotel Paiol Grande) que de praxe, lembraram-se de mim e fizeram perguntas sobre a viagem.

Erechim é uma agradável cidade gaúcha, fiquei assistindo televisão e navegando na Internet até a meia-noite, quando comi um sanduba próximo ao hotel e fui para cama.

Logo que cheguei ao Rio li nos jornais que Erechim passaria por um rigoroso racionamento de água. Pude constatar que não apenas no Rio Grande do Sul, mas também na Argentina que toda aquela imensa região estava enfrentando há muito tempo uma forte seca.

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