segunda-feira, 25 de maio de 2009

26/04/09 Villa Mercedes – San Francisco, 450 Km (três abastecimentos).







Pela manhã, após as já tradicionais explicações sobre a viagem aos curiosos, fechei o roteiro do dia na simpática (e já bem conhecida) cidade de San Francisco. Antes fui ao caixa eletrônico e à farmácia comprar algo para amenizar as queimaduras em meus lábios adquiridas na cordilheira.

O pneu traseiro (“cobierta” para os argentinos e “neumático” para os chilenos) estava em estado crítico. As longas retas argentinas tinham achatado o pneu, agravado pelas altas velocidades que mantive no dia anterior; trocá-lo era um imperativo, pois a moto já apresentava instabilidade em saídas de postos de gasolina com pequenas e controladas derrapagens.

Como o tempo estava seco e era domingo decidi trocar o pneu no dia seguinte em San Francisco.

Esse trecho da viagem foi cansativo. A estrada nessa região é interrompida por quase uma dezena de cidades e lugarejos. Em Rio Cuarto (um cidade de porte considerável) é preciso entrar dentro do centro da cidade; ademais, a conservação da estrada nesse trecho não estava boa, entre Villa Maria e San Francisco o concreto estava muito ruim e os acostamentos tomados pela vegetação.

Para piorar, essa região da Argentina é dominada por um tradicional e grandioso agronegócio havendo, em conseqüência, uma irritante quantidade de insetos que emporcalham as calças, o capacete e a jaqueta; além de uma grande quantidade de imensas e lentas máquinas agrícolas na estrada.

O trecho não foi longo e mantive velocidades compatíveis com as condições da estrada e do pneu. Cheguei em San Francisco sem almoçar por volta das 17:30 horas e após dois abastecimentos.

Logo que cheguei à cidade parei em um posto de gasolina e conversei longamente com um argentino que me disse ter feito uma viagem de moto ao Rio de Janeiro “décadas” atrás. A notável hospitalidade do povo local logo se fez presente quando um grupo de jovens me levaram até o Hotel Americano que eu me hospedara antes.

Nesse hotel, a antipatia do dono era também repetida pela mulher que me recebeu (creio que esposa do proprietário), pois ao dizer-lhe que já tinha ficha no hotel, ele perguntou-me o “ape”j”ido (apellido); os argentinos têm a tendência em usar o J, ao contrário dos chilenos que usam um fonema próximo ao “nho (a)”. Após a dificuldade inicial com o “argentinês” daquela senhora, fui para o quarto tomar um bom banho e procurar uma boa parrillada, ou melhor, parri’j’ada...

Uma simpática senhora que conversava com a suposta dona do hotel ofereceu-se para me levar em seu carro até um restaurante do outro lado da cidade. Fiquei encantado com aquela gentileza e logo estava comendo uma bela e merecida refeição, posto que eu não tinha sequer almoçado.

Ao retornar ao hotel de táxi, a dona do hotel estava mais amável, repetindo o comportamento que seu marido tivera comigo semanas antes. Creio que o efeito de um motociclista estrangeiro e solitário entrando em um hotel seja algo um pouco assustador para algumas pessoas; um efeito que, contudo, logo se dissipa.

7 comentários:

  1. Oi
    Você poderia recomendar alguns nomes de hoteis que você ficou no decorrer desta viagem?
    obrigada

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  2. penso em realizar este percurso de rio do sul sc a santiago chile... final do ano!

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  3. Em Erechim eu fiquei no Hotel Paiol Grande, em Uruguaiana no Uruguai River Plaza, em San Francisco no Hotel Americano, em Desaguadero eu fiquei em uma espelecunca (rssss), em Santigo no Hotel Providência.

    Na volta os mesmos lugares, exceto pelo fato de ficado no Hotel Lincoln em Villa Mercedes e no Hotel Barichello em São Mateus.

    Eu citei esses lugares ao longo do Blog, dê uma conferida.

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  4. Você vai adorar, contudo, nessa época do época os trechos pelo interior da Argentina são muito quentes: pessoalmente eu prefiro mais o frio do que o calor (apesar de ser carioca rsss).
    Qual a sua moto?

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  5. É uma hornet
    eu e meu marido pretendemos realizar esta viagem.
    Sou eu que tenho mais vontade de realizar esta viagem!

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  6. Como você comentou anteriormente é muuito quente nesta época (dezembro)? Quantos grau tens idéia?

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  7. Vale a pena convencer o seu marido, vcs têm uma moto excelente e esta é uma viagem para se contar para os netos!
    Quanto ao calor, a região do Chaco é muito quente, embora a noite esfrie bastante, contudo, os relatos que tenho conhecimento sobre a ruta 16 é que no Pampa Del Inferno durante o verão a temperatura supera os 40º C à tarde.
    Mas como eu disse eu fui por Mendoza e não por Salta.

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