segunda-feira, 25 de maio de 2009

24/04/09 Santiago – Uspallata, 230 Km (dois abastecimentos).























Inicio do longo retorno ao Brasil.

Longe de estar entediado, eu na verdade estava super animado para voltar à estrada e reiniciar minha aventura.

Esse trecho era o “filé mignon” da viagem e seria também o mais curto, afinal, em poucas centenas de quilômetros estaria novamente nos Andes, uma vez que a Região Metropolitana de Santiago é praticamente adjacente à Cordilheira.

Contudo, acabei saindo tarde do hotel, pois os preparativos para viagem, incluindo uma ida ao banco, consumiram toda a manhã.

Despedi-me de minha mulher ao meio-dia e segui viagem.

A saída do bairro da Providência foi tranqüila: Santiago é bem sinalizada e possui um “rodoanel” muito eficiente em volta da cidade.

Obras no acesso à cordilheira e o abastecimento causaram atrasos, mas o pior mesmo foi uma longa demora na aduana: mais de duas horas! E ainda fui obrigado a fazer um câmbio “mui amigo” em um comércio local ao lado da aduana...

Escureceu e a temperatura caiu drasticamente. A idéia inicial seria dormir em Mendoza, mas diante do avanço da noite e da queda violenta da temperatura resolvi dormir em Uspallata; uma cidade refúgio e turística na Argentina que abriga os viajantes da Ruta 07 durante as nevascas nos Andes.

Logo que entrei na cidade abasteci e tomei um “café-cortado”, pois o frio estava realmente muito severo. Como eu não tive muitos problemas com o frio na viagem de ida à Cordilheira, eu não havia colocado a segunda pele. Foi um erro, pois o mês de maio estava próximo e a noite caiu antes de eu completar o percurso.
Como resultado do frio extremo da Cordilheira à noite fiquei com o rosto e os lábios bastante queimados; a temperatura descera para 2 graus positivos e a sensação térmica (o efeito do frio na pele) em uma moto por conta do vento é muito mais extremo e, dependendo da velocidade, a sensação térmica pode chegar a dez graus negativos ou menos... Embora eu seja carioca, eu gosto e resisto bem ao frio, mas nessa noite eu temi os efeitos de uma hipotermia, pois começei a sentir os meus reflexos mais lentos.

Logo no início dessa pequena cidade encontrei um pequeno hotel (Hotel Viena) no qual fui recebido por um velhinho hilário e muito conversador.

Após uma longa conversa sobre política e atualidades brasileiras e argentinas ele exigiu o pagamento de 60 pesos adiantado e em espécie - nada de “tarjetas” (cartão de crédito) -. O velhinho simpático arrancou-me mais 10 pesos para o café da manhã e mais 20 pesos adicionais pela calefação: que segundo ele valia “ouro” naquela região.

Após jantar um delicioso Chorizo em restaurante próximo ao hotel e tomar um merecido banho quente de 20 pesos (que somente foi exigido minutos antes do banho...), eu ri muito do astuto, mas muito simpático velhinho.

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